terça-feira, 9 de junho de 2009

Religião e política?

“Haverá sempre fricções entre religião e política e não se vê como poderia ser de outra maneira. Mas esta tensão é benéfica. Evita que o Estado se reduza a um papel tecnocrático, de pura gestão, e que, por outro lado, a Igreja se feche no culto e na sacristia.”

Estava eu, descansadamente, a pesquisar para um trabalho de filosofia quando encontro isto. Não faço a mínima ideia quem o disse, pois já perdi a fonte, mas quem o fez tem, de facto, um pensamento incandescente. Sempre achei que, apesar de estarem normalmente de lados opostos e de se contradizerem mutuamente, estas duas queridas sempre tiveram algo em comum, algo que as ligava. E, realmente, esta frase exprime exactamente isso: a relação de simbiose existente entre estes dois importantes organismos. A oposição de ideias, desde que feita correctamente, não é de todo uma coisa negativa. E, pensemos um pouco: tanto a religião como a politica lutam (ou pelo menos deveriam) pela sociedade e tentam incutir-lhes regras e valores; tentam guiá-la (apesar de o fazerem de forma muito distinta e com objectivos diferentes). A religião e a política são provas da nossa racionalidade, daquilo que nos distingue dos restantes seres vivos existentes à face da Terra. É, então, muito importante que não se deixe morrer esta relação e que não se tente apagar ou mudar os objectivos de cada uma das instituições. Este convívio, esta “relação amor-ódio”, esta simbiose é indispensável para uma sociedade digna e em constante crescimento. E porquê? Porque grande parte dos movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor. Lembremo-nos por exemplo da Declaração dos Direitos Humano: os ideias de igualdade são provenientes de algumas reflexões religiosas. Este é um dos exemplos que nos mostra que os dois são necessários: apesar dos ideias nascerem da religião é preciso que um órgão politico os institua.

Sem comentários: