terça-feira, 1 de setembro de 2009

Friends are for life!!!


“Analisemos agora a amizade. De facto, trata-se de uma certa excelência, ou algo de estreitamente ligado à excelência; além disso, é do que mais necessário há para a vida. Pois ninguém há-de querer viver sem amigos, mesmo tendo em conta os restantes bens. E até os ricos, os que têm posição e poder, têm uma necessidade extrema de amigos (…).
Contudo, uma amizade que tem como fim em vista o que cada um é em si próprio existe apenas entre homens de bem, porque os ordinários não podem sentir prazer nenhum uns com os outros, a não ser que possam obter uma qualquer vantagem. E só a amizade entre os bons é capaz de resistir à calúnia. Na verdade, não é fácil acreditar no que se diz sobre um amigo que foi posto à prova por nós próprios durante longo tempo. Na amizade entre boas pessoas há confiança mútua (…).”


Aristóteles, Ética a Nicómaco, tradução do grego de António C. Caeiro,Quetzal Editores, Lisboa, 2004

As características referidas por Aristóteles continuarão a fazer parte daquilo que chamamos amizade? Haverá outras?
O desenvolvimento tecnológico e a consequente facilidade de comunicação (entre outros aspectos da vida actual, nomeadamente a igualdade de direitos entre homens e mulheres) terão transformado de tal modo as relações entre as pessoas que a amizade já não é o que era na época de Aristóteles?

Na minha opinião tudo passa pelos olhares e pelas palavras…. Pelos gestos e pelas expressões… Por uma palavra bastar para sermos capazes de perceber se o outro está bem ou mal... Pela vontade de partilhar algo… de viver algo com alguém que nos é muito especial… Pelos abraços (aih como eu gosto de abraços, é que nem vos passa pela cabeça). Acho que a definição de Aristóteles continua a ser a correcta! O problema é que, uma vez mais, as pessoas banalizam. Banalizam o que têm de melhor e desperdiçam tudo o que podiam usufruir. Friends are for life!

2 comentários:

Pulha Garcia disse...

Já li o "Ética a Nicómaco" há alguns anos. Foi bom voltar a ler Aristóteles. A racionalidade e o equilíbrio da sua exposição nunca vão deixar de me surpreender.

Cacau disse...

Eu apenas li pequenos excertos do livro e fiquei bastante curiosa.

De facto, a sua lucidez e clareza deixar-nos-ão sempre boquiabertos.

Caro Pulha Garcia obrigada pela visita e pelo comentário.