quarta-feira, 30 de junho de 2010

Trust



Não considero que a confiança se adquira… não acho que isso realmente seja possível e que possamos, simplesmente, “ganhar” a confiança de alguém. Pondero, ao invés disso, que a confiança se perde: única e exclusivamente, ela perde-se.

E basta pensarmos um bocado para facilmente nos apercebermos disto. Pensemos na forma como a sociedade está organizada, pensemos nos nossos relacionamentos! Se tudo começasse com a desconfiança e não com a confiança, tudo seria muito diferente e bem mais hostil! Como conseguiríamos não viver atormentados e dormir bem de noite se não confiássemos até naqueles que nem conhecemos? Iniciaremos a questão com os nossos relacionamentos… Tenho um novo emprego e começo a trabalhar. Na empresa em que trabalho tenho de fazer várias tarefas em grupo, com outras pessoas. Se não confiasse nelas como conseguiria fazê-lo? Como iria para casa descansada ao fim do dia pensando que o meu colega poderia estar a minar todo o meu esforço? E para travar amizades? Se não confiássemos na pessoa como nos atreveríamos a criar a cada dia uma relação mais forte com ela? Agora, uma perspectiva mais abrangente e abstracta: como poderia comer arroz sem confiar nas pessoas que o fabricam e o transportam? Como poderia colocar o meu filho numa escola sem confiar nos profissionais que lá trabalham? Como poria o meu dinheiro num banco ou viajaria se não confiasse no bom desempenho de todas aquelas pessoas? Pessoas estas que eu nunca vi na minha vida e que não faço a mínima ideia de quem são…

Se a confiança se pude conquistar porque temos tanta dificuldade em reavê-la uma vez perdida? Teríamos apenas de repetir todo o processo…

Tudo na nossa vida e na nossa sociedade tem a mesma base: a confiança! Não defendo que a confiança seja sempre a mesma! A cada dia que conhecemos e convivemos mais com alguém vamos fortalecendo a confiança inicial! Mas tudo começa com ela…. O resto? O resto é apenas uma questão de a pessoa/instituição em causa corresponder ou não à confiança que, inicialmente, nela depositamos!

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